«Até agora, o debate sobre a clonagem e as células estaminais tem sido visto por Washington e pelos media como uma luta clássica entre facções conservadoras, activistas pró-vida e a Igreja Católica contra a comunidade científica e as forças progressistas, com os Republicanos alinhados com um dos lados e os Democratas com o outro. Na realidade, muitos de nós que estão do lado da esquerda progressista também se opõem tanto à clonagem terapêutica como à clonagem reprodutiva., embora as razões difiram em relação a certos aspectos dos conservadores. Recentemente, 67 líderes progressistas deram o seu apoio à legislação que criminalizava a clonagem terapêutica e a clonagem reprodutiva. Entre os signatários da petição anti-clonagem contavam-se muitos dos intelectuais e activistas mais respeitados dos actuais círculos de esquerda.
Enquanto que a oposição conservadora é bem entendida, nenhuma ou quase nenhuma atenção tem sido dada pelos media e nos debates públicos ao porquê de alguns de nós de esquerda nos opormos à clonagem de embriões humanos com o fim específico de os usar para o cultivo de células estaminais para experiências médicas ou para possibilitar o nascimento de um bebé. Preocupamo-nos com a possibilidade do mercado de óvulos humanos criados por esta investigação fornecerem incentivos anti-éticos para ultrapassar os tratamentos com hormonas que ameaçam a saúde e a cirurgia. Também estamos preocupados com o aumento da bio-industrialização da vida pela comunidade científica e das companhias de investigação científica e chocados e alarmados com a possibilidade dos embriões de clones humanos poderem ser patenteados e declarados “invenções” humanas. Opomo-nos aos esforços para reduzir a vida humana e as suas diversas partes e processos ao estatuto de meras ferramentas de investigação, produtos manufacturados e utilidades. Por outro lado, poucas pessoas de esquerda, se é que existem algumas, se opõem a investigação com células estaminais adultas, que podem ser retiradas de indivíduos nascidos e que provaram ser promissoras em estudos animais e testes clínicos. Esta aproximação “suave” ao uso da nova ciência não levanta o risco ético, social e económico de estratégias para usar células estaminais embrionárias.
Para além disso, inúmeros patologistas, se é que existem alguns, esperam tratar as pessoas usando células estaminais embrionárias para produzir partes do corpo que são o resultado de uma coreografia complexa realizada pelas nossas predisposições genéticas e por disposições ambientais. Ao concentrar a investigação científica quase exclusivamente em projécteis mágicos sob a forma de substituição de genes, a comunidade médica exclui opções preventivas menos invasivas – isto é, que se servem de uma compreensão de conhecimentos científicos sofisticados da relação entre os genes e o ambiente para desenvolver terapias médicas que têm sucesso nas pessoas.
Também nos preocupa o declive ardiloso. Se usar um embrião clonado com doze dias para produzir células estaminais e tecidos é moralmente aceitável, o que impedirá a defesa futura do cultivo de células mais desenvolvidas pertencentes, digamos, a embriões com oito semanas, ou o cultivo de órgãos de fetos clonados com cinco meses, se isso se viesse a verificar ser uma terapia médica mais útil?
E o que dizer da questão de clonar um ser humano nascido? A maioria dos membros do Congresso, de ambos os lados da cena política, opor-se-ia ao nascimento de um clone. Mas para a maioria do Congresso, a oposição da comunidade científica e da indústria biotecnológica deve-se ao facto das técnicas de clonagem serem ainda inseguras e representarem um elevado risco de produção de um bebé mal-formado. Um número substancialmente inferior dos membros de ambos os lados da cena política opor-se-ia à clonagem de um bebé humano mas apenas até que os procedimentos se venham a revelar seguros e confiáveis. Afinal, defendem os proponentes, se um casal infértil desejar transmitir a sua herança genética para produzir clones de um ou de ambos os parceiros, não poderá exercer o seu direito de escolha no emergente mercado biotecnológico? Mais ainda, dizem-nos que as nossas preocupações são exageradas porque mesmo que um clone venha a ter a mesma configuração genética que o original, o seu desenvolvimento será diferente, uma vez que o contexto social e ambiental que a sua vida ocorreria não seria igual ao do seu dador.»
Enquanto que a oposição conservadora é bem entendida, nenhuma ou quase nenhuma atenção tem sido dada pelos media e nos debates públicos ao porquê de alguns de nós de esquerda nos opormos à clonagem de embriões humanos com o fim específico de os usar para o cultivo de células estaminais para experiências médicas ou para possibilitar o nascimento de um bebé. Preocupamo-nos com a possibilidade do mercado de óvulos humanos criados por esta investigação fornecerem incentivos anti-éticos para ultrapassar os tratamentos com hormonas que ameaçam a saúde e a cirurgia. Também estamos preocupados com o aumento da bio-industrialização da vida pela comunidade científica e das companhias de investigação científica e chocados e alarmados com a possibilidade dos embriões de clones humanos poderem ser patenteados e declarados “invenções” humanas. Opomo-nos aos esforços para reduzir a vida humana e as suas diversas partes e processos ao estatuto de meras ferramentas de investigação, produtos manufacturados e utilidades. Por outro lado, poucas pessoas de esquerda, se é que existem algumas, se opõem a investigação com células estaminais adultas, que podem ser retiradas de indivíduos nascidos e que provaram ser promissoras em estudos animais e testes clínicos. Esta aproximação “suave” ao uso da nova ciência não levanta o risco ético, social e económico de estratégias para usar células estaminais embrionárias.
Para além disso, inúmeros patologistas, se é que existem alguns, esperam tratar as pessoas usando células estaminais embrionárias para produzir partes do corpo que são o resultado de uma coreografia complexa realizada pelas nossas predisposições genéticas e por disposições ambientais. Ao concentrar a investigação científica quase exclusivamente em projécteis mágicos sob a forma de substituição de genes, a comunidade médica exclui opções preventivas menos invasivas – isto é, que se servem de uma compreensão de conhecimentos científicos sofisticados da relação entre os genes e o ambiente para desenvolver terapias médicas que têm sucesso nas pessoas.
Também nos preocupa o declive ardiloso. Se usar um embrião clonado com doze dias para produzir células estaminais e tecidos é moralmente aceitável, o que impedirá a defesa futura do cultivo de células mais desenvolvidas pertencentes, digamos, a embriões com oito semanas, ou o cultivo de órgãos de fetos clonados com cinco meses, se isso se viesse a verificar ser uma terapia médica mais útil?
E o que dizer da questão de clonar um ser humano nascido? A maioria dos membros do Congresso, de ambos os lados da cena política, opor-se-ia ao nascimento de um clone. Mas para a maioria do Congresso, a oposição da comunidade científica e da indústria biotecnológica deve-se ao facto das técnicas de clonagem serem ainda inseguras e representarem um elevado risco de produção de um bebé mal-formado. Um número substancialmente inferior dos membros de ambos os lados da cena política opor-se-ia à clonagem de um bebé humano mas apenas até que os procedimentos se venham a revelar seguros e confiáveis. Afinal, defendem os proponentes, se um casal infértil desejar transmitir a sua herança genética para produzir clones de um ou de ambos os parceiros, não poderá exercer o seu direito de escolha no emergente mercado biotecnológico? Mais ainda, dizem-nos que as nossas preocupações são exageradas porque mesmo que um clone venha a ter a mesma configuração genética que o original, o seu desenvolvimento será diferente, uma vez que o contexto social e ambiental que a sua vida ocorreria não seria igual ao do seu dador.»
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